sábado, 25 de abril de 2020

Passagem pela Quarentena

Quero entrar na quarentena da quarentena, isolar-me do isolamento, distanciar-me do distanciamento. Quero me contaminar de mim mesma. 

O novo transformou o normal e o novo normal me assusta.
Perco meu sono depois de dias sem saber que dia é. 
Perco minha fome enquanto muitos de fome clamam em "Vakinhas". 

Onde está a justiça? Se demitiu! E o que sobrou são mentiras. 
Máscaras caíram, contaminadas pelo vírus da vaidade. Não há verdade num país que está acima de todos sem nunca ter sido a terra que acolhe, o mar que protege, o povo que se orgulha.

Estamos sem ar! Não há respiradores para todos. 
Constrói-se leitos para que os eleitos novamente se deleitem com os direitos emergenciais.

Não há crime perfeito, há pleitos desfeitos e destrezas defesas nos altos tribunais. Mas são as rasas valas que aguardam o mais perfeito do direito de ser mais um a disputar um leito.

A fome não espera. O medo não congela. A angústia não se afasta. Não há pronunciamento que cale a humanidade desfeita. Somos um perfil feliz em uma timeline desfigurada, procurando um batom para mudar a cara de quem ainda não encara, não encarna, não escancara a dor de um país desgovernado e
um mundo desglobalizado. 

Mas eis que ressurge um planeta, que regenera mais rápido que sua própria criação. Que ousa ocupar o espaço que outrora era dono, que torna translúcido o que insistiam em deslumbrar, sobre gôndolas, o lodo da poluição. Eis que surge o gorjeio dos pássaros e a beleza dos céus, hoje, mais estrelados, que ontem, menos que amanhã. 

Sim, amanhã! O que será o amanhã?  O planeta pede socorro, precisa seguir adiante. E nós? Nós estamos somente de passagem.
Passagem pela quarentena.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Bazares Guarda-roupa Sustentável

Lá se vão quase 10 anos de encontros de troca. O primeiro aconteceu em meu apartamento, algumas amigas e um certo olhar de desconfiança. 

Ainda era uma novidade, as pessoas não entendiam porque trocar uma roupa com outra pessoa. Mas ao final do encontro todas sairam felizes e querendo um novo encontro.

Entretanto, apesar de muito se falar sobre sustentabilidade, foi no ano de 2017 que a troca se consolidou aqui em São José dos Campos. Em abril de 2016 aconteceu o primeiro Troca no Parque Vicentina. Somente em abril de 2017 aconteceu o segundo. Neste troca fiz várias amizades, criamos um grupo e hoje se transformaram nas Cabideiras - as viciadas em trocas. 

E do Troca-Troca da Maroca em meu apartamento, o Bazar de Troca Guarda-roupa Sustentável e as Cabideiras estão movimentando a economia circular para que mais peças esquecidas possam sair dos armários e ir para outras gavetas e serem usadas.












http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/videos/t/bom-dia-vanguarda/v/evento-quer-incentivar-a-reducao-no-volume-de-lixo-em-sao-jose/7104381/




segunda-feira, 17 de setembro de 2018

FLIM Festa Literomusical de São José dos Campos

Nos dias 14,15 e 16 de setembro aconteceu a FLIM em São José dos Campos. Um evento que prestigia os cantores e escritores da região.

Estive presente com o lançamento do meu livro Estilo Sustentável - Tenha o Essencial. 




Participei da mesa literária Passe, Entre, Repense com os também recém escritores Lúcia Runha e Vicente Blood e o mediador Eduardo Caetano da Academia Joseense de Letras.




O tema foi muito bem escolhido, pois Vicente Blood lançou sua própria história passada nas ruas e passando pelos necessitados das ruas. 

Lúcia Runha abriu as portas de sua casa e contou como transformou seu lar em uma empresa para tomar conta do seu pai doente.

Eu coloquei meus pontos de vista sobre a sustentabilidade para que as pessoas repensassem o estilo de vida de cada um.

Mais do que contar nossas histórias cada um pode estimular aos ouvintes por uma mudança na vida, com disciplina para alcançar uma superação.

Obrigada a todos que fizeram destes momentos um grande evento.




O livro Estilo Sustentável - Tenha o essencial está a venda neste link

Conheça também 
Lucia Runha 
Vicente Blood
Eduardo Caetano - Pode cornetar



Abraços sustentáveis!





terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sustentabilidade está na moda




Eu já falei algumas vezes que seguir a moda está fora de moda. Mas esta palavra está sempre tão em voga, que é difícil perder este costume. É uma fixação usá-la, é praticamente uma mania. Algumas vezes vira um surto, uma epidemia, chega a ser um vício. Quem não adota uma tendência, creem alguns, fica sem estilo, não tem gosto, não tem a forma que a moda informa. No entanto é preciso entender e respeitar que moda é a maneira de se vestir de cada um, é o jeito de se apresentar, é o meio que cada um encontra para se expressar. Mas é também um modo de se amar.

Então, eu digo, com toda praxe, que a sustentabilidade está na moda. Sucesso seria se seu uso virasse um hábito. Não tenha vergonha de ser sustentável, de usar uma roupa de segunda mão ou uma roupa usada ou uma roupa com rasgo, com bolinha ou com mancha. A maioria destas peças são roupas com história. Assim é a indumentária da sustentabilidade. 

Nada de roupa certinha, novinha. O que tá na moda é usar e usar e usar as roupas até elas suportarem. E quando não der mais, upcycle nelas. Corta um pedaço, emenda outro, corta de um lado, faz mais furos, cobre as manchas com mais manchas. Enfim, dar mais uma chance à peça de se manter no seu armário.

Porém, como todo mundo adora ficar na moda, as marcas agora lançaram roupas com cara de sustentável. Roupas com manchas, furos, pregadas uma nas outras, com cara que passou por upcycling. 

Não se engane, porque ela só tem cara de reciclada. É só mais uma roupa nova, disfarçada de reutilizada, para você "estar na moda sustentável". Porque na verdade, não basta a roupa ser sustentável, tem que ter a alma sustentável. 

Não deixe que as marcas direcione seus passos para caminhos em que a sustentabilidade se quer respingou. Não se deixe levar por uma moda que não respeita seu coração, o sangue verde que corre em suas veias e faz brotar o que mais sustentável existe dentro de você.

Invista nas marcas que fazem do nosso lixo, suas matérias primas; que imprimem nas etiquetas toda sua própria inquietude pelo planeta; que embalam suas roupas com a consciência de fazer por nós um mundo melhor.

Sustentabilidade está na moda sim, porque se assim não for, nossa vida se tornará uma grande epidemia
sem glamour algum!

Texto de Mara Débora
(nota: todas palavras em negrito são sinônimos de moda)