segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Moda Abolicionista - Prazer que aprisiona!




Você segue padrões? 
Está presa a algum hábito? 
A moda te escraviza?

Estes questionamentos me fizeram refletir sobre por que nos prendemos a padrões? Por que temos que espelhar em alguém ou em algo. Por que temos dificuldade em mirar nosso espelho e absorver nossa própria imagem?

No momento que me vi livre de um hábito, percebi que havia criado uma nova moda: a Moda Abolicionista(já falado aqui) . Um paradoxo, afinal, seria algo a ser seguido - "Para um elo que se abre, há outro que se fecha". E nesta corrente que é a vida, o prazer será sempre o elo que une a ação ao objetivo final. Como em uma corrida, em que, entre o primeiro e o ultimo passo, o que nos motiva é endorfina, o que recompensa é a serotonina e o que seduz é a dopamina. 

Não há prazer se não há recompensa. O que nos prende a um hábito é a certeza em que ele nos transforma. A desejada euforia nos leva a refazer, fazer novamente e de novo fazer aquilo que há pouco foi feito.

A este elo viciante nos lançamos e, inconscientemente, como num filme de Almodavar, imploramos: ata-me! 

E, assim, por muito tempo seguimos, inicialmente inebriados, por fim cegos, surdos e alienados. 

E de repente subjugados a referências, tendências, modelos, contextos, esterótipos, arquétipos, protótipos, paradigmas, paradoxos, esquemas!

Somos presos e nos tornamos presas. Reféns de uma imagem qualquer, que não a nossa, que não verdadeira, porém fundamentada, jurada da mais vil recompensa: a imagem irreal da imagem retocada. 

Quantas de nós não compramos uma imagem em forma de roupa, uma silhueta incorporada em um vestido, um status por detrás de uma marca?

E como não falar do padecimento em cima de um salto, do sufocamento de um justo traje, do congelamento de um longo de alça?

São prazeres que aprisionam! E como libertar desta tirania?

Declaro, então, a Moda Abolicionista!

Declaração dos Direitos da Moda Abolicionista 

É direito de todos:
- Buscar pelo prazer que liberta.

- Abster-se daquilo que aprisiona, que torna obrigação e não promove contentamento.

- Criar padrão de beleza próprio e transformar o olhar.

- Encorajar-se para reverenciar ao próprio julgamento e silenciar opiniões alheias.

- Amar o que é intrínseco e recusar o extrínseco.

- Vestir a essência, contudo, calçar a decência.


- Desfilar somente a sua essência.

Se esta é sua bandeira, levante-a. 

Texto Moda Abolicionista - Prazer que aprisiona por Mara Débora.

Foto: Scarleth-Marie-licence-Creative-Commons


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo seu comentário no AEnG. Ele será lido e respondido em breve. Mara Débora